A lua brilhava intensamente naquela noite fria de inverno.
Se partirmos para a análise morfossintática dessa oração, perceberemos que tudo está ligado. E a melhor maneira de encontrarmos os elementos morfológicos essenciais, que determinarão a função sintática de cada termo da frase (e encontrar o substantivo é essencial para a análise), é relacioná-los com os elementos da própria frase. Vejamos:
Se quisermos descobrir qual a natureza morfológica da palavra lua, basta observarmos qual palavra a antecede ou poderia antecedê-la. Nesse caso, é o artigo "A", que desempenha o papel de determinante da palavra "lua". Logo, a palavra lua é um substantivo.
Em Português, só é substantivo, a palavra que se deixa anteceder por determinantes.
Até onde sabemos, nenhum falante da língua portuguesa diria: Lua a brilhava... ou seja, nenhum falante colocaria o artigo a depois do substantivo lua.
Todavia, alguém poderia se perguntar: e o que são determinantes? Como o próprio nome já diz, determinantes são palavras, fáceis de se memorizar, que identificam a referência de um substantivo por meio da situação espaço-temporal ou para delimitar seu número.
É por isso que reconhecemos como determinantes simples a classe fechada dos artigos, tanto os definidos, quanto os indefinidos (a, o, as, os, um, uma, uns, umas), os pronomes possessivos (meu, minha, teu, tua, nosso, vosso, dele, dela, seu, sua), os pronomes demonstrativos (esse, essa, aquele, aquela, aquilo etc), e os numerais cardinais e ordinais (um, dois, três etc) (primeiro, segundo, terceiro etc).
Por este critério, para termos certeza de que a palavra lua morfologicamente é um substantivo, bastaria fazermos a permuta por outros determinantes, dentre os que vimos acima:
Recapitulando teríamos: todo substantivo deixa-se anteceder por determinantes.