domingo, 15 de outubro de 2017

Parabéns, professores!


Um dia, ao atender um advogado na Justiça do Trabalho da Quinta Região, percebi que aquele profissional era o antigo diretor do Colégio Estadual Manoel Devoto, instituição soteropolitana na qual estudei por longos sete anos. A ele dirigi-me reverentemente, logo identificando-me como um humilde ex-aluno do inesquecível colégio. O seu rosto ornou-se de um largo sorriso ao encontrar-se casualmente com um ex-aluno que de pronto o reconhecera. A alegria fê-lo esquecer-se por um tempinho do móvel que o levara a estar ali, sendo inevitável reservarmos um pouco do nosso precioso tempo para relembrarmos a convivência no antigo colégio.     
Nós, os alunos, estávamos habituados a ouví-lo todas as quintas-feiras, numa cerimônia de cariz cívico, cujo ápice era o hasteamento do pavilhão pátrio enquanto cantávamos o hino nacional, antes que as aulas do turno matutino se iniciassem. À tarde, após o encerramento das aulas, o rito se repetia, desta feita para a arriamento da bandeira nacional. Dizia-nos ao final dos seus discursos que éramos “os melhores alunos no melhor colégio”. Sentíamo-nos tão orgulhosos com isto! Perdoem-me a imodéstia, mas o que ele dizia era verdade. Tínhamos excelentes professores, numa altura em que esses profissionais já não eram assim tão valorizados.
Intento aqui render a minha homenagem a todos os professores, esses bravos, incansáveis e desvalorizados profissionais que operam na erradicação da ignorância, da carência de conhecimento e da falta de civilidade. Hoje, o profissional do ensino convive com o perigo, com o mau tratamento que lhe dão os alunos inimigos do aprendizado, e ainda submete-se a fazer malabarismos financeiros para satisfazer as suas próprias necessidades de sobrevivência.
Não faz muito, assisti a uma entrevista concedida pelo Comandante de um colégio militar. A arrogante repórter lhe perguntara se era verdade que o/a responsável pelo aluno Fulano de tal havia sido convocado para cientificar-se de que deveria transferir o seu filho para outro estabelecimento de ensino. Sem temer nenhuma interpretação de que o colégio tomara medida politicamente incorreta, o Comandante ratificou a notícia, e informou à repórter que o colégio exigia conduta irrepreensível de todos os alunos. Ali era uma casa de ensino, disciplina e ordem. O faltoso aluno era multirreincidente em comportamentos indisciplinados, inclusivamente em desapreço aos professores, e havia desperdiçado toda a tolerância admissível. Pude notar como a repórter frustrou-se por não ser capaz de amedrontar o Comandante.   
Domingo, dia 15 de outubro, comemora-se no Brasil o Dia do Professor. Faço coro às justas homenagens que são tributadas aos professoresexpresso meu mais profundo respeito e veneração a esses digníssimos profissionais. A eles, pois, o meu preito de gratidão.
Parabéns, professores!
Ah, ia-me esquecendo de segredar-lhes: também já fui professor. 



Magno R Andrade
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Magno Reis Andrade, protestante, brasileiro, nasceu em 17 de Junho de 1951, em Jequié, BA. Aos oito anos de idade, foi com os seus pais morar na capital baiana. Em 1969, foi admitido na Universidade Federal da Bahia, para, em 1973, bacharelar-se em Farmácia-Bioquímica. Com tal competência laborou até o ano de 1980, principalmente no Município de Bom Jesus da Lapa, BA. Lá, conheceu a sua futura esposa, a mesma que lhe daria as suas duas preciosas filhas. Em 1980, aceitou o desafio de trabalhar numa função pública municipal em Salvador, BA. Neste mesmo ano, ingressou no curso de Administração de Empresas, mantido pela Universidade Católica do Salvador, instituição que, em 1986, conferiu-lhe o respectivo grau de bacharel. Ainda em 1980, voltou à Universidade Federal da Bahia, para realizar o curso de Administração Pública, enfim, inconcluso por exiguidade de tempo. Mediante concurso público, em 1989 passou a exercer o cargo efetivo de Analista Judiciário no Tribunal Regional do Trabalho da Quinta Região, BA. Ao se reformar em Novembro de 2010, exercia há sete anos as funções de assessor jurídico no Serviço de Análise de Processos Judiciais, unidade organizacional de direto apoio à Presidência do Tribunal trabalhista. Em 1990, retornou à Universidade Católica do Salvador, desta feita para, em 1995, obter o grau de bacharel em Direito. Entre os anos de 1970 e 1973, integrou profissionalmente o Madrigal da Universidade Federal da Bahia. Gosta de idiomas, ama a língua portuguesa.

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