quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Alguns Vícios de Linguagem

 Entender que a língua se manifesta de maneiras diferentes conforme o contexto é muito importante para quem deseja escrever e fazer isso bem, por isso elimine os vícios de linguagem de seu texto (a não ser que sejam usados como recurso expressivo) pois, eles são desvios das normas da língua-padrão, provocados por descuido ou por ignorância que o falante possui dessas mesmas normas. Dependendo do domínio em que ocorre o desvio, os vícios de linguagem classificam-se em vários tipos:

1. Barbarismo
Sem nenhuma relação aos "barbeiros" que infestam o trânsito, costuma-se chamar de barbarismo aos desvios da norma processados no domínio:

- da grafia: advinhar em vez de adivinhar;
- da pronúncia: rúbrica em vez de rubrica;
- da morfologia: interviu em vez de interveio;
- da semântica (do sentido das palavras): O erro me passou desapercebido em vez de despercebido.

Incluem-se ainda como barbarismo todas as formas de estrangeirismo, isto é, uso de palavras ou expressões de outras línguas:

- galicismo (do francês): Mise-en-scène em vez de encenaçãoParti pris em vez de opinião preconcebida.
- anglicismo (do inglês): Weekend em vez de fim de semana.

2. Arcaísmo
Consiste no emprego de palavras ou expressões antigas que já caíram de uso.
Exemplo: asinha em vez de depressaantanho em vez de no passado.

3. Neologismo
Emprego de palavras novas que, apesar de formadas de acordo com o sistema da língua, ainda não foram incorporadas pelo idioma.
Exemplo: As mensagens telecomunicadas foram vistas por poucas pessoas.

4. Solecismo
O solecismo inclui erros de sintaxe:
- de concordância: Sobrou muitas vagas (em vez de sobraram).
- de regência: Os comerciantes visam apenas o lucro (em vez de ao lucro).
- de colocação: Não tratava-se de problema sério (em vez de não se tratava).

5. Anfibologia ou ambiguidade
Ocorre quando a frase admite mais de uma interpretação.
Exemplo: Presidente e Governador se desentenderam por causa de sua má administração.

Etimologia de "Vernissagem"

De origem francesa, o vocábulo designa o dia da inauguração de uma exposição de arte e geralmente consiste numa festividade reservada para convidados escolhidos e para a imprensa. Este seleto público que frequenta as vernissagens tem assim uma espécie de elegante pré-estreia da exibição (acompanhada de uma indispensável "boquinha", é claro, já que ninguém é de ferro). O vocábulo — literalmente “envernizagem” — vem do Francês vernis (o nosso verniz) e remonta ao velho costume de dedicar o dia anterior à abertura de uma exposição para os artistas aplicarem o verniz protetor nas pinturas a óleo ou fazerem os últimos acabamentos em seus quadros. Na Inglaterra, sempre tão metódica em seus registros, sabe-se que essa tradição vem desde 1809, quando foi oficialmente instituída pela  Royal Academy of Arts. Conta-se, inclusive, que um dos maiores paisagistas ingleses do século passado, o famoso Turner, aproveitava esse dia para fazer mudanças substanciais em suas pinturas.
Um pouco antes da Guerra de 1914, o termo francês vernissage começou a se difundir nos meios artísticos ocidentais, inclusive nas Américas, trazendo com ele o fascínio e o charme da  Belle Epoque. Seu processo de entrada no nosso idioma foi o mesmo de milhares de outros vocábulos importados: primeiro, ingressou aqui como turista, sendo facilmente reconhecível por sua indumentária estrangeira (seu gênero era  masculino e ostentava uma terminação em -age, inexistente no Português).  Depois, no entanto, como os nacionais simpatizassem com ele e o convidassem a fixar residência aqui, abandonou o seu ar gaulês e adotou uma aparência genuinamente vernácula: adaptou sua terminação para o portuguesíssimo -agem e, ipso facto, passou ao gênero feminino — exatamente como fizeram os seus conterrâneos mirage, sabotage, bagage, fuselage, entre muitos outros, que se transformaram em miragem, sabotagem, bagagem, fuselagem. Todos vivem hoje pacificamente ao lado de nossos ferragem, camaradagem, carceragem, vantagem e mais centenas de outros substantivos nativos que têm o mesmo sufixo, sem que puristas xenófobos corram atrás deles com o dedo acusador.

Mãe Querida,

Há quase três anos, 30 de abril de 2017, vivenciamos juntas a triste partida do seu grande e inseparável companheiro, meu amado pai. Aos pr...