quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

2016, 17, 18

Passada a euforia das festas, os fogos, as sete ondas, as doze uvas, o bom velhinho, os votos imprecisos e toda a volúpia alimentar que caracteriza, via de regra, os finais de ano, deixo aqui meus votos para o recém chegado dois mil e dezesseis.

Que neste ano os quatro "porquês" possam ser finalmente diferenciados e usados adequadamente. Basta de desigualdade; é muita injustiça com os (sempre) três preteridos.

Que 2016 traga luz às pessoas que desejarão, demarcando o plural com "ão" e não com "am", um "feliz 2017 a todos", sem o acento indicativo de crase.

Quando estiverem na praia, por favor, lembrem que todo coco tem casca, polpa, água e são ricos em minerais, mas nenhum têm acento. Seguem o exemplo da melancia. Hidratem-se.

Que todos possam curtir as férias, passear com suas respectivas famílias e tirar muito autorretrato bacana, sempre de olho e respeitando as leis de trânsito e da gramática. Se forem viajar, viajem com "j" e aproveitem a viagem com "g".

Falando em viajar, seja aonde for, que seja frutífero. Aqui, acolá ou onde quer que for.

Que o retorno ao trabalho seja mais prazeroso do que doloroso, mas que nada seja feito de forma atribulada a ponto de confundirmos os "mais" com os "mas".

Ainda no trabalho, ao esclarecer que alguns documentos estão sendo enviados num e-mail, que as pessoas deem lugar à concordância e digam que tais arquivos "seguem anexos".

Que o "de repente", assim, invariavelmente separado, surpreenda positivamente a cada um de vocês. Com certeza, que tambėm não é uma palavra única, este seria um indicativo de ano aprazível.

Há e sempre haverá razões para que algo precise ser lembrado ou esquecido. Há e não "a" ou "à". Haverá e não "haverão". Se a lembrança ou o esquecimento envolverem a preposição
"de", um pronome oblíquo precisa aparecer. Lembrem! E não se esqueçam disto!

Esta outra aqui já é do conhecimento de todos faz muitos anos. Toda vez que "fazer" precisar ser usado para descrever um tempo, ele deve permanecer no singular.

No final de tudo, caso você se engane e precise consertar algum erro, não se acanhe. É normal. Não faz mal. Nem mau,
que são muito diferentes. Entretanto, conserte com "s". E ficaremos quites, novamente com "s".

"Menas" não existe. "A nível de" é errado. "Senão" e "se não" são coisas diferentes. "Descriminar" não é "discriminar". "De mais" não é o mesmo que "demais". Não é demais?

São meus sinceros votos para 2016 (em diante)!

Guilherme Carloni
Dez2016

@GuiCarloni

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