sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Adeus ao Tio Nege


Não há um vocábulo sequer que minimize o pesar de uma perda.  É um momento extremamente solitário, que requer espaço para a tristeza, espaço para algo que não tem remédio e acontece, de vez em quando, com todos nós.

A lei da entropia continua “linha dura”: tudo lentamente se desgasta, o corpo enfraquece, os anos deixam marcas, as doenças nos tiram, irrefreavelmente, nosso capital vital. É a lei da vida que inclui a morte.

Há momentos que somos tomados por uma enorme sensação de inutilidade, de vazio. Morremos um pouco, cada vez que perdemos um ente querido. E como era querido esse meu tio!

De repente ele se foi. Foi morar com Deus. Deixou esse mundo para ocupar o melhor dos lugares, que deve ser reservado a quem tudo deu e fez para ganhá-lo. Partiu, mas será sempre lembrado pela vontade de vencer, por seu gosto pela vida, e, principalmente, pela alegria com a qual saudava àqueles a quem amava, com todo o carinho que a eles dirigia.

Pensei em registrar aqui algo significativo, como, por exemplo, os felizes momentos nas incontáveis viagens que fizemos por esse país. Nas praias, com toda a nossa família, o pão quentinho e o café da manhã eram, religiosamente, garantidos por sua ‘conta’. Da Praia Grande a Manaus, do Rio de Janeiro a Brasília, de Guarapari a Florianópolis, lá estava ele, sempre tão presente e prestativo,, em todos os momentos da nossa vida. Nunca esquecerei o prazer dessa companhia.

Há exatos dois meses, quando o vi pela última vez, passamos momentos tão alegres, que ainda causam-me muita emoção. Levarei comigo, todas as palavras, as mais doces lembranças, incontáveis conselhos, sorrisos pacificadores e um real aprendizado do amor incondicional.

Guardarei para sempre o seu semblante humilde , o seu jeito brando, sua presença amiga e todos os seus ensinamentos de tio, padrinho, amigo, confidente, irmão, por muitas vezes pai, parceiro, companheiro, um GRANDE HOMEM, que para sempre será.

Creio verdadeiramente, que Deus o escolheu como companheiro, porque somente os filhos especiais se tornam anjos celestiais.
Acolha-o no teu reino de paz, Senhor, como uma oração de gratidão, por ter feito dele, uma das grandes alegrias da minha vida.

Jamais te esquecerei, meu querido tio Nege.


Profundamente sensibilizada.
Zilda Carloni
01.01.2014

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