Salão de embarque.
Um casal
dialoga.
Segunda-feira
[muito] cedo.
Ela não
tira férias há três anos.
Por
cinquenta minutos.
Espero o
primeiro voo.
Ela
chegou primeiro.
Antes do
que eu, inclusive.
Toma suco
de laranja.
Falam da
contratação dele, prestes a cumprir um ano.
Vestes
informais.
Sapato
preto com brilhos dourados.
Bebo
água.
Ele traja
jeans e camisa do dia-a-dia corporativo.
E trouxe
um terno embalado.
Ela,
alguns quilos de sobrepeso.
Come uma
salada de frutas.
E tem
formação green belt.
Confiro
meus e-mails.
Trabalha
um pro outro.
Ele pra
ela.
Sentados
estamos.
Ele é
diretor.
Casado.
Dela, não
se pode afirmar.
Em uma
empresa farmacêutica.
Vamos
para Cali.
Ela usa
dois celulares e um tablet.
Cuidam de
compliance.
Ele tem
problema nos óculos.
Não é na
Schering.
Não é na
Merck.
Ele veio
da Merck.
Ele tem
“crianças” e não viajarão no Carnaval.
Ele fala
mais que ela.
Não é na
Sigma.
Ela gosta
da Bahia.
Nem na
Solvay.
Ele,
Gustavo.
Uns 38.
Ela,
Cris.
Cris, só
Cris ou redução de outro?
Aparenta
35.
Observar
sem ser notado.
Reveladora
e divertida arte.
Última chamada.
O portão
11 nos engoliu.
@GuiCarloni Fev/2013