terça-feira, 29 de março de 2011

Pronúncia e Etimologia de "Subsídio e "Obséquio"

Subsídio
O "s" dessa palavra soa como "ss", e não como "z", do mesmo modo que subsaariano, subsecretário, subserviente, subsistência, subsolo.
Para ter som de “z”, o “s” precisa ficar entre duas vogais.Não é o caso.
A palavra subsídio designava uma corporação do exército romano, sub sedio, que era formada por soldados estrangeiros. Essa corporação somente atuava quando havia necessidade de socorro, de auxílio, o que explica o sentido moderno de subsídio.

Obséquio
Das palavras com o encontro “-bs-”, o “s” tem som de “z” somente em obséquio e derivadas (obsequiar, obsequioso, obsequiosidade).
É por um motivo etimológico. Obséquio é da família de exéquias. Elas não são sinônimas, a primeira significa favor, a segunda, cerimônias fúnebres.
A relação de parentesco, porém, fica clara em obséquias, sinônimo de exéquias, e no latim: obsequiae, plural de obsequium(serviço), do verbo obsequi (ceder a, obedecer), com a base sequi(seguir), também presente em exsequiae.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Etimologia de "Napalm"

Napalm é um explosivo usado em bombas incendiárias e lança-chamas. Durante a Primeira Guerra Mundial, os alemães haviam empregado gasolina com o mesmo propósito, mas constataram que se consumia com demasiada rapidez.
Pouco depois de os Estados Unidos entrarem na Segunda Guerra Mundial, Washington destinou fundos a uma pesquisa para fazer com que a gasolina se extinguisse mais lentamente, até que, em 1942, a Universidade de Harvard e o Exército norte-americano encontraram a maneira de misturar a gasolina com uma substância gelatinosa, o palmitato de sódio, para que a combustão durasse mais tempo e, assim, provocasse mais dano. A empresa que o fabrica com exclusividade para o governo norte-americano é a Dow Chemical.
O Napalm foi usado no Japão, Coréia e Vietnam, onde causou tragédias tão horríveis que foi condenado internacionalmente como arma genocida. No Iraque e Afeganistão, os Estado Unidos trocaram o NapalmB por um produto muito parecido, denominado Mark-77, que consideram legal porque não está incluído na proibição das Nações Unidas de 1980.
"O nome napalm deriva do acrônimo dos nomes dos seus componentes originais, sais de alumínio co-precipitados dos ácidos nafténico e palmítico. Estes sais eram adicionados a substâncias inflamáveis para serem gelificadas."
Fonte: Wikipedia

Etimologia de "Foragido"

Delinquente que abandona seus lugares habituais para não ser alcançado pela justiça.
As cidades medievais constituíram uma proteção para as pessoas que queriam defender-se de invasores estrangeiros, malfeitores e saqueadores. Formaram-se em redor dos castelos, como uma maneira de contar com a proteção dos senhores, e também no cruzamento de caminhos, por onde circulavam mercadorias que se convertiam em pretexto para as feiras.

Desde a Alta Idade Média e, em alguns casos, até a primeira metade do século XIX, as cidades tinham limites perfeitamente definidos: em geral, estavam amuralhadas de tal forma, que não se permitia entrar sem a aquiescência dos guardas que as protegiam. Este limite se chamava exido, e seus remanescentes ainda subsistem em algumas cidades modernas. Exido provém de exire, sair, verbo formado pelo antigo vocábulo latino exitus, saída, que também encontramos no inglês exit, com o mesmo significado.

Os fugitivos da justiça costumavam escapar para onde a jurisdição das autoridades urbanas não pudesse alcançá-los e iam viver fora do exido: eram os fora exido ou foraxidos.

Uma palavra equivalente formou-se em italiano com o verbo uscire, sair, que é a forma italiana de exire: fuoriuscito, mas hoje esta palara já não é equivalente ao nosso foragido, pois evoluiu para seu atual significado de exilado, desterrado.

Etimologia de "Claustrofobia"

Significa o medo patológico aos espaços fechados. Quem padece dessa neurose sofre acessos de pânico ou angústia quando se encontra, por exemplo, em um elevador ou num quarto pequeno e fechado. Segundo a psicanálise, a claustrofobia é causada por um sentimento de culpa relacionado com o desenvolvimento anormal da sexualidade.
A palavra – cunhada pelo criador da psicanálise, Sigmund Freud, e registrada em Português nos anos 20 do século passado – está formada pela voz latina claustro e a grega phobeoma, eu temo. Claustrum significa em latim, tranca, ferrolho, fechadura, tudo aquilo que serve para fechar um local e, por extensão, designa um recinto fechado. Derivado do verbo claudere, fechar, este vocábulo está também na origem de enclausurar, fechar de forma definitiva; de incluir, colocar dentro de um espaço fechado e de concluir, encerrar (no sentido de algo terminado).
Em inglês a palavra latina deu lugar aos verbos  to close, fechar, e to disclose , revelar, dar a conhecer, além de originar muitos outros verbos compartilhados com a nossa Língua, tais como: include, incluir, conclude, concluir.

sábado, 26 de março de 2011

Destreza / Destro/ Esquerdo/Sinistro


Você sabe o que é ter destreza, mostrar destreza? É ter habilidade, agilidade, aptidão. Mas o primeiro sentido que aparece nos dicionários para “destreza” é “qualidade de destro”. E o que é “destro” (que se lê “dêstro” -“e” fechado)? É “direito”, ou “que fica do lado direito”.
Como a maioria das pessoas tem mais agilidade com a mão direita (destra) do que com a esquerda, a habilidade acabou sendo chamada de “destreza”.
E quem tem habilidade com as duas mãos é “ambidestro”; quem não tem com nenhuma é “ambiesquerdo”.
Voltando aos destros, veja agora um dos tantos caprichos da nossa querida e inigualável Língua Portuguesa: “Destro” se escreve com “s”, mas em muitas palavras compostas em que entra esse elemento aparece o “x” da raiz latina (“dextru, dexter”): dextrocardia, dextrocerebral, dextrofobia, dextropedal etc.
Ainda com relação ao sentido que as palavras adquirem, é interessante notar o que ocorre com “esquerdo”. A palavra vem do vasconço, ou seja, da língua do País Basco. Em latim, “esquerdo” é “sinistru, sinister”. E o que é “sinistro”, em Português? Além de “esquerdo” (“Mal podia a mão sinistra vibrar a sangrenta espada”, escreveu Gonçalves Dias), “sinistro” tem vários sentidos ligados à ideia de temor, ameaça, mau agouro, maldade etc. Em linguagem securitária (do ramo de seguros), o sinistro nada mais é do que o próprio acidente. Tudo porque o “bom”, o “normal” é o destro; o esquerdo (o sinistro) é “anormal”.
Particularmente, fico indignada com essa conotação, pois a minha agilidade e as minhas habilidades estão concentradas no lado esquerdo, portanto, sou sinistra...mas uma sinistra destra.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Verbo "aprazer" - Conjugação

Tradicionalmente, o verbo “aprazer” é irregular no pretérito (e nos derivados deste): eu aprouve, ele aprouve, nós aprouvemos, eles aprouveram.
Hoje, porém, se aceita a conjugação regular no pretérito desse verbo: eu aprazi, ele aprazeu, nós aprazemos, eles aprazeram.

A opção correta é:
a) Ontem eu me aprazi olhando a Lua.
b) Ontem eu me aprouve olhando a Lua.
c) As duas formas estão corretas.
Letra “c” é, portanto, a resposta correta.

terça-feira, 1 de março de 2011

Use "Aspas" corretamente

Quando redigimos algo e precisamos usar uma expressão em sentido figurado, irônico, para que o leitor perceba nossa intenção, colocamos as palavras entre aspas. Mas será que isso sempre cai bem nos diferentes tipos de textos? Para responder essa questão, precisamos primeiro identificar quando e como esses sinais gráficos devem ser usados.
As aspas são usadas sempre em pares, uma no início e outra no fim do termo destacado. De modo geral, elas são usadas nas seguintes situações:
1- assinalar palavra ou trecho citado ou transcrito
Isso ocorre muito em jornais ou revistas, indicando expressões ou frases ditas por entrevistados, como no exemplo:
“Para mim, 2011 começou hoje, e nos focamos em aprender o máximo sobre os novos pneus”, falou o alemão, que volta a treinar hoje.
Também é possível usar aspas nos trabalhos escolares, marcando um trecho que foi copiado exatamente do modo como estava no texto pesquisado. Nesse caso, o recurso gráfico indica que o trecho pertence a outro autor, por isso, a ausência de aspas caracteriza apropriação indevida do texto alheio, ou seja, crime de plágio.
Em transcrições com mais de um parágrafo, colocam-se aspas no começo de cada parágrafo, mas apenas no final do último.
Quando houver aspas no trecho que está sendo copiado (citado), usam-se aspas simples (‘ ‘) na citação interna, diferenciando-a da citação maior:
O autor afirma que “por pressão da direita conservadora,  a ‘generosidade natalina’ norte-americana excluiu os países pobres de certos programas de benefícios”.
Quanto à pontuação, ficará dentro das aspas se a frase estiver completa; se o trecho entre aspas estiver dentro de outro período, o ponto ficará fora. Exemplos:
“Ele já está recuperado.”
O técnico afirmou que “Ronaldinho vai jogar”.
2- indicar nomes de publicações (científicas, literárias, da mídia) ou de obras artísticas
Também se incluem aqui outros  tipos de títulos, como de artigo de jornal, crônica, de revista, capítulo de livro.
Vejamos um exemplo:
 No artigo “Patrulhas sexuais”, Nelson Mota critica o moralismo norte-americano.
 3- assinalar o uso de palavras que fogem ao uso convencional, como jargões profissionais, gírias, palavras com erros gramaticais, expressões estrangeiras
Exemplo de uso:
Os garotos classificaram o novo jogo como “irado” e muito “fashion”.
Excluem-se os termos estrangeiros já incorporados e as palavras aportuguesadas.
4- destacar expressões sendo mencionadas e não usadas (no futebol, o termo “chapéu” pode significar um tipo de drible) ou com sentido especial, como indicando ironia
Vale lembrar que a ironia não é indicada para textos dissertativos, nos quais se deve evitar o uso de aspas indicadoras de sentidos especiais.
Já nas crônicas ou em artigos de opinião de jornal, a ironia é bem comum.  Veja, abaixo,  em um fragmento do artigo “Patrulhas sexuais”, de Nelson Motta, um exemplo disso:
Os Estados Unidos cancelaram uma doação de US$ 48 milhões para os programas brasileiros de combate à Aids porque nosso governo se recusou a excluir as prostitutas dos programas de prevenção e tratamento como queriam os americanos, que, na era Bush, fazem uma espécie de "seleção moral" para a sua "generosidade". Para eles, quem vive de alugar seu corpo, sua companhia e seus serviços sexuais não merece ajuda para sobreviver à doença mortal.  
Assim, as aspas possuem grande utilidade e podem aparecer nos mais diferentes tipos de textos, desde os científicos (em citações, indicações de palavras com sentido técnico, nomes de publicações...) até os mais descontraídos, como as crônicas (na marcação de ironias e demais sentidos figurados).  Porém, como qualquer outro recurso gráfico, precisam ser usadas de modo preciso e bem dosado, evitando poluir a estética e prejudicar a clareza do texto.

Mãe Querida,

Há quase três anos, 30 de abril de 2017, vivenciamos juntas a triste partida do seu grande e inseparável companheiro, meu amado pai. Aos pr...