segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Era uma vez


Era uma vez uma avó.
Era uma vez uma avó sem limites.
Era uma vez uma avó sem limites e sem mobilidade.
Era uma vez uma avó sem limites que, mesmo sem mobilidade, cozinhava bem demais.
Era uma vez uma avó sem limites que, mesmo sem mobilidade, cozinhava bem demais e ainda fazia o prato que cada um gostava.
Era uma vez uma avó sem limites que, mesmo sem mobilidade, cozinhava bem demais, e ainda fazia o prato que cada um gostava, mesmo que isso significasse doze preparações para cinco comensais.
Era uma vez uma avó sem limites que, mesmo sem mobilidade, cozinhava bem demais, e ainda fazia o prato que cada um gostava, mesmo que isso significasse doze preparações para cinco comensais. E sempre sem perder a ternura.
Uma vez, a avó sem limites que, mesmo sem mobilidade, cozinhava bem demais, fazia o prato que cada um gostava, ainda que isso significasse doze preparações para cinco comensais, sem nunca perder a ternura, fez tudo isso. Para arrematar, fez três bolos de pelo menos 8 ovos cada um: cenoura, banana e laranja eram os sabores.
Não contente, no dia seguinte (e ainda com três bolos quase inteiros pela casa), a avó sem limites que, mesmo sem mobilidade, cozinhava bem demais, fazia o prato que cada um gostava, mesmo que isso significasse doze preparações para cinco comensais, sem jamais perder a ternura, já tendo feito tudo aquilo e os três bolos de pelo menos 8 ovos cada um, resolveu fazer mais um bolo. Por que não? De fubá com amendoim. Agora eram cinco pessoas e quatro bolos grandes. Fora as novidades do almoço.
Era uma vez uma avó sem igual, por quem "era uma vez" meu regime.
@GuiCarloni

Mãe Querida,

Há quase três anos, 30 de abril de 2017, vivenciamos juntas a triste partida do seu grande e inseparável companheiro, meu amado pai. Aos pr...