segunda-feira, 14 de maio de 2018

O Sem Saída

Foi encontrado no bolso de um cadáver, quando se preparava para a autópsia, a seguinte carta:
“Senhor delegado do ministério público:
Suicidei-me!... Não culpe ninguém pela minha morte, deixei essa vida porque um dia a mais que eu vivesse, acabaria por morrer louco!
Eu explico-lhe: Tive a desdita de me casar com uma viúva, a qual tinha uma filha; se soubesse disso, jamais teria me casado. Meu pai, para maior desgraça,  era viúvo e quis a fatalidade que se enamorasse e casasse com a filha da minha mulher.
Resultou daí que a minha mulher se tornou sogra do meu pai. A minha enteada ficou a ser a minha mãe e a o meu pai ao mesmo tempo meu genro!
Após algum tempo, a minha filha pôs no mundo uma criança, que veio a ser meu irmão, porém neto da minha mulher, que fiquei a ser avô do meu irmão. Com o decorrer do tempo, a minha mulher pôs também no mundo um menino, que como irmão da minha mãe, era cunhado do meu pai, e meu tio, passando a minha mulher ser a nora da própria filha.
Eu, senhor delegado, fiquei a ser pai da minha mãe, tornando-me irmão dos meus filhos, a minha mulher, ficou a ser minha avó, já que era mãe da minha mãe, assim acabei sendo avô de mim mesmo.
Portanto, antes que a coisa se complicasse mais, resolvi acabar com tudo de uma vez!”

Mãe Querida,

Há quase três anos, 30 de abril de 2017, vivenciamos juntas a triste partida do seu grande e inseparável companheiro, meu amado pai. Aos pr...